Candido Portinari
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1903 – 1962
Biografia
Candido Portinari (Brodósqui, São Paulo, 1903 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1962). Pintor, gravador, ilustrador e professor. Portinari caracteriza-se como um artista que muda suas técnicas ao longo do tempo, mas mantém como temática o homem brasileiro e as questões sociais e históricas que o determinam.
Começa a pintar em 1920, quando ainda não conhecia o muralismo mexicano, cuja presença é notada em telas como “Café” (1931), pertencente ao MNBA-RJ, ou nos murais do Ministério da Educação da mesma cidade. Nessa época, a pintura de Portinari já apresenta uma coerência temática. Os murais do Ministério pretendiam representar uma síntese do trabalho no Brasil. Seus maiores murais são projetados, coincidência ou não, na época em que se candidata a deputado federal pelo PCB, em 1945. O painel de azulejos que retrata a vida de São Francisco na Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte – MG, é produzido entre 1944 e 1946, mesmo período da série Emigrantes, da qual o MASP tem duas telas.
Os anos 1950 são marcados por obras polêmicas. Após representar o Brasil na Bienal de Veneza, pinta um painel para a Igreja de Batatais – SP, em 1953, que mostra um Cristo louro. No mesmo ano, começa a ter problemas de saúde, mas ainda teve tempo de executar os painéis – Guerra e Paz – para a ONU (1953-57) antes de morrer.
Sobre os seus desenhos, Daniel Piza escreveu no Jornal O Estado de São Paulo: O desenho não foi secundário na obra do pintor. Foi na década de 50, impedido de usar tintas devido ao risco de intoxicação que Portinari partiu para o desenho. Usou guache, grafite, aquarela, sépia, lápis de cor e técnicas mistas. Ele era um desenhista formidável, para usar o termo exato. O desenho veio na fase madura do artista.